Cidades e Povoados

Um mergulho na história da cidade de Codajás

A cidade de Codajás se destaca por ser uma cidade de povo acolhedor e guerreiro, de uma cultura católica e é conhecida regionalmente como a ‘Terra do Açaí’. Com 80 anos, Codajás ainda promente crescer ainda mais.

Antigamente era Aldeia dos índios Cudaiá, mais tarde tornou-se pousada dos índios Muras ou Môras, que ainda em meados do século XVIII ocupavam as margens e os lagos do rio Amazonas e Madeira.

Nas imediações da localidade há numerosos lagos cheios de peixes, entre eles o lago de Cudaiá, (Miuá) onde em 1864 chegou José Manoel da Rocha Thury, vindo de Turiaçu, no Maranhão, trazendo consigo várias famílias e lançando os fundamentos de Codajás, que muito contribuiu para o crescimento do lugar, implantando uma fazenda de gado que se tornou próspera.

Nesse tempo, a localidade recebeu o nome de Barreiras de Cudajáz. Em 26 de Julho de 1865, o deputado Padre Bernardo Ivo de Nazaré Ferreira apresentou um projeto de lei à Assembleia Provincial e em 30 de junho de 1868 através da lei nº 175 passou a se chamar Fraguezia de Nossa Senhora das Graças de Cudajáz. Recebeu como de costume na época, a aprovação canônica em 26 de outubro de 1870.

Codajás recebeu status de município pela Lei Provincial nº 287 de 1 de maio de 1874 (instalado: 5 de agosto de 1875)

Padre Noé / Foto : Divulgação
Padre Noé / Foto : Divulgação

A Igreja Católica tem grande importância para a Cidade de Codajás, desde a sua criação até os dias de hoje. O Pe. Vincent Anggeler, mas conhecido pelos mais antigos como Padre Noé, residiu no município nas décadas de 60 e 80, foi uma das primeiras pessoas a ter uma máquina fotográfica naquele tempo, e pedimos um relato dele de como era Codajás antigamente, então ele nos respondeu:

Padre Noé / Foto : Divulgação
Padre Noé / Foto : Divulgação

Fui destacado pra Codajaz a primeira vez de 1961-1964 e depois em 1976-1982. Cheguei la em Fevereiro. A rua da frente era a única calçada. A ponte para o bairro do Igarapé era de madeira; mas logo foi feito uma de cimento e parece e que foi inaugurada com nome de 13 de Maio nesta data. João Bastos (pai do Lincoln) era prefeito. Eu gostava muito de conversar com ele. Ele me falou: “Padre, o sr vai ver que o Brasil tem as leis mais bonitas do mundo, só que não vigoram. E disse mais: A igreja (igreja da matriz) que acaba de ser derrubada era novinha em folha mesmo sem piso quando cheguei. Eu gostava muito e dizia que havia de plantar meus ossos ai. E me perguntaram: “O sr acha que vão brotar?” Sr Moady Braga e Dona Maria Viana e família sempre me davam açaí. Jogos de futebol eram perigosos pois os jogadores costumavam andar com uma pequena faca atras no calção.

Padre Noé Vice Aggeler e Padre Carlos / Foto : Divulgação
Padre Noé Vice Aggeler e Padre Carlos / Foto : Divulgação

Então foi esse pequeno relato que o pe. Vincent nos passou, agradecemos a ele, por essa viagem pelo passado da nossa Codajás, e também nos forneceu algumas de suas fotos pessoais daquela época. Atualmente pe. Vincent vive em sua cidade natal nos EUA.

Padre Noé Vice Aggeler / Foto : Divulgação
Padre Noé Vice Aggeler / Foto : Divulgação

Formação Administrativa de Codajás

  • Em 30-06-1862, pela Lei Provincial n.º 175, é criada a freguesia de Nossa Senhora das Graças de Codajás.
  • Distrito criado com a denominação de Nossa Senhora da Graça de Codajás, pela Lei Provincial n.º 175, de 30-06-1868.
  • Elevado à condição de vila com a denominação de Codajás, pela Lei Provincial n.º 287, de 01-05-1874, desmembrada do município de Manaus. Sede na atual distrito de Codajás (ex-Nossa Senhora da Graça de Codajás), sendo o município instalado em 05.08.1875.
  • Em 10-04-1891, pelo Decreto Estadual n.º 95-A, é criado o termo judiciário de Codajás, subordinado à comarca de Coari.
  • Posteriormente, foi o município dividido em quatro distritos: Codajás, Badajós, Anori e Anumã.
  • Pela Lei Municipal n.º 06, de 17-07-1893, foram criados os distritos de Anamã e Anori e anexados ao município de Codajaz.
  • Em 27-09-1911, pela Lei Estadual n.º 682, é criada a comarca de Codajás, que se instala em 25-01-1912. O município é constituído de 3 distritos: Codajás, Anamã e Anori;
  • Em 30-10-1913, pela Lei Estadual n.º 141, é extinta a comarca.
  • Em 25-11-1921, pela Lei n.º 1.126, ocorreu a instalação de Manacapuru, o termo de Codajás passou a subordinar-se o termo de Coari.
  • Em 07-02-1922, pela Lei n.º 1.133, foi restaurada a comarca de Manacapuru a qual foi novamente anexado o termo de Codajás.
  • Em 10-03-1924, pela Lei n.º 1.220, passou o termo de Codajás a subordinar-se novamente à comarca de Coari.
  • Em 04-01-1926, pela Lei n.º 1.223, voltou mais uma vez o termo de Codajás a integrar a comarca de Manacapuru.
  • Pelo Ato Estadual n.º 45, de 28-11-1930, vila de Codajás foi suprimida, sendo seu território anexado ao município de Coari, como simples distrito.
  • Em 14-09-1931, pelo Ato Estadual n.º 33, foi restaurado, ficando o termo judiciário subordinado à comarca de Manacapuru e o município constituído de um só distrito. Na divisão judiciária de 1937, figura Codajás como termo único de comarca do mesmo nome.
  • Em 30-03-1938, pela Lei Estadual n.º 68, a sede municipal recebe foros de cidade.
  • Na divisão administrativa, fixada pelo Decreto-lei Estadual n.º 176, de 1º de Dezembro de 1938, figura o Município de Codajás com três distritos: Codajás, Anamã e Anori. Os dois últimos foram criados pelo mesmo decreto citado, com território desmembrado do distrito-sede, mantendo até 1956 a mesma composição distrital e é sede da comarca do mesmo nome.
  • No quadro fixado para vigorar no período de 1939-1943, o município é constituído de 3 distritos: Codajás, Anamã e Anori.
  • Assim permanecendo em divisão territorial datada 1-VII-1955.
  • A Lei Estadual n.º 117, de 29-12-1956, desmembra do município de Codajás os distritos de Anori e Anamã, para constituir o novo de Anori.
  • Em divisão territorial datada de 1-VII-1960, o município é constituído do distrito sede, assim permanecendo em divisão territorial datada de 1-I-1979.
  • Pela Emenda Constitucional n.º 12, de 10-12-1981 (Art. 2º – Disposições Transitórias), delimitado pelo Decreto Estadual n.º 6.158, de 25-02-1982, é criado o distrito de Bodajós e anexado ao município de Codájas.
  • Em divisão territorial datada de 1988, o município é constituído do distrito sede, assim permanecendo em divisão territorial datada de 2009.

Festejos religiosos

  • São Sebastião (de 11 a 20 de Janeiro)
  • São José (de 10 a 19 de Março)
  • Nossa Senhora das Graças (Padroeira Principal da Cidade (22 a 31 de Maio)
  • Nossa Senhora do Perpétuo Socorro (Ultimo final de semana de Julho ao primeiro final de semana de Agosto)
  • São Francisco (de 24 de setembro a 04 de Outubro)
  • Santa Luzia (de 04 a 13 de Dezembro)
Um mergulho na história da cidade de Codajás / Foto : Divulgação
/ Foto : Divulgação
/ Foto : Divulgação
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/ Foto : Divulgação
/ Foto : Divulgação
/ Foto : Divulgação
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/ Foto : Divulgação
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Garotos que levaram açai pro padre Noé / Foto : Divulgação
Garotos que levaram açai pro padre Noé / Foto : Divulgação
Garoto exibindo seus jacarés / Foto : Divulgação
Garoto exibindo seus jacarés / Foto : Divulgação
Defumando látex em Codajás / Foto : Divulgação
Defumando látex em Codajás / Foto : Divulgação
Defumando látex em Codajás / Foto : Divulgação
Defumando látex em Codajás / Foto : Divulgação
Couro de cobra no interior de Codajás / Foto : Divulgação
Couro de cobra no interior de Codajás / Foto : Divulgação
Crianças em Codajás antigamente / Foto : Divulgação
Crianças em Codajás antigamente / Foto : Divulgação
Barco regional em Codajás / Foto : Divulgação
Barco regional em Codajás / Foto : Divulgação
Barco em Codajás / Foto : Divulgação
Barco em Codajás / Foto : Divulgação
Barco Capitão Nunes em Codajás / Foto : Divulgação
Barco Capitão Nunes em Codajás / Foto : Divulgação

Fontes:
Codajás (AM). Prefeitura. 2012.
Disponível em: http://www.codajás.am.gov.br.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Codajas

 

Marcus Pessoa

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Sou apaixonado pela história do Amazonas e decidi criar o portal "No Amazonas é Assim" e agora o blog "No Amazonas Era Assim" para resgatar memórias e histórias curiosas de Manaus e do estado, conectando gerações e valorizando a rica cultura regional.

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