Relembre como era o Ariaú Amazon Towers que já foi considerado o primeiro e maior hotel de selva da Floresta Amazônica!

O Ariaú Amazon Towers, outrora reconhecido como o primeiro e maior hotel de selva da Floresta Amazônica, representa uma fascinante história de empreendedorismo, luxo e, eventualmente, abandono. Idealizado pelo empresário Ritta Bernardino, o hotel foi inaugurado em 1986 e rapidamente se destacou como um ícone do turismo amazônico.

Concepção e Inauguração
A ideia de construir um hotel no coração da Amazônia surgiu em 1982, com o objetivo de oferecer aos visitantes uma experiência imersiva na floresta. Localizado às margens do Rio Ariaú, um afluente do Rio Negro, no município de Iranduba, a aproximadamente 60 km de Manaus, o Ariaú Amazon Towers foi concebido para harmonizar com o ambiente natural, proporcionando aos hóspedes uma vivência única em meio à biodiversidade amazônica.

Estrutura e Arquitetura
O complexo hoteleiro impressionava por sua arquitetura singular. Eram 288 quartos distribuídos em várias torres cilíndricas interligadas por extensas passarelas de madeira, totalizando até 8 km de extensão. Essas passarelas, sustentadas por palafitas, elevavam-se até 40 metros acima do solo, permitindo uma integração direta com a copa das árvores. Com uma área total de 66 hectares, o hotel também contava com piscinas, auditório panorâmico, bares temáticos e restaurantes, oferecendo conforto e luxo em plena selva.

Fama Internacional e Hóspedes Ilustres
Durante a década de 1990, o Ariaú Amazon Towers alcançou notoriedade internacional ao hospedar diversas personalidades de renome. Entre os hóspedes ilustres estavam o ex-presidente dos Estados Unidos Jimmy Carter, o oceanógrafo francês Jacques Cousteau, o bilionário Bill Gates e celebridades do mundo do entretenimento, como Jennifer Lopez e Kevin Costner. A realeza também marcou presença, com visitas da Rainha Sofia da Espanha e da Rainha Beatriz dos Países Baixos. Essas visitas consolidaram a reputação do hotel como destino de luxo e exclusividade na Amazônia.

Atividades e Experiências Oferecidas
O Ariaú Amazon Towers proporcionava aos seus hóspedes uma variedade de atividades que exploravam a riqueza natural e cultural da região. Passeios de canoa pelos igarapés, caminhadas na selva, pesca de piranha e visitas a comunidades indígenas eram algumas das experiências disponíveis. A observação da fauna local, incluindo macacos, aves e outros animais silvestres, era um dos pontos altos para os visitantes, que podiam vivenciar a Amazônia de forma autêntica e educativa.

Declínio e Fechamento
Apesar do sucesso inicial, o Ariaú Amazon Towers enfrentou desafios financeiros ao longo dos anos. Em 2015, o hotel encerrou suas atividades devido a dívidas milionárias, incluindo uma dívida significativa com a Petrobras Distribuidora relacionada a impostos estaduais. Além das questões financeiras, disputas judiciais entre herdeiros contribuíram para o declínio do empreendimento. Desde então, o hotel permanece fechado, e suas estruturas, outrora majestosas, estão em estado de abandono, sendo gradualmente consumidas pela floresta.

Legado e Impacto no Turismo Amazônico
O Ariaú Amazon Towers deixou um legado significativo no turismo de selva, servindo como referência para empreendimentos que buscam integrar luxo e sustentabilidade em ambientes naturais. Sua história ressalta a importância de uma gestão financeira sólida e da adaptação às mudanças do mercado turístico. Embora atualmente em ruínas, o hotel permanece na memória coletiva como um símbolo de inovação e ousadia no coração da Amazônia.

Reflexões Finais
A trajetória do Ariaú Amazon Towers é um testemunho das oportunidades e desafios inerentes ao desenvolvimento de empreendimentos turísticos em áreas ambientalmente sensíveis. Sua ascensão e queda oferecem lições valiosas sobre sustentabilidade, gestão e a complexa relação entre o homem e a natureza. Enquanto a floresta lentamente reivindica o espaço que um dia abrigou o luxuoso hotel, a história do Ariaú continua a inspirar reflexões sobre o equilíbrio necessário para preservar o meio ambiente enquanto se promove o desenvolvimento econômico e turístico.
