Avenida Eduardo Ribeiro: Um Retrato de 1938

A imagem de novembro de 1938 nos transporta para um momento marcante da história de Manaus. Na cena, capturada durante os festejos do primeiro aniversário do “Estado Novo”, vemos a Avenida Eduardo Ribeiro a partir do cruzamento com a Avenida Sete de Setembro, um dos pontos mais icônicos da cidade.
Entre os detalhes que compõem a fotografia, destaca-se uma faixa anunciando o filme “Alma e Corpo de uma Raça”, de Milton Rodrigues, exibido no então movimentado circuito cultural da capital amazonense. Esse elemento reflete não apenas os hábitos culturais da época, mas também o dinamismo do centro de Manaus, que fervilhava com atividades comerciais e sociais.
Outro ponto de destaque na imagem é o belo prédio situado na esquina das avenidas, que abrigava o tradicional Magazine Adolfina. Este edifício, que marcou gerações com seu charme arquitetônico e relevância comercial, foi demolido em 1966, dando lugar ao prédio que sediou a loja 4.400, posteriormente ocupada pela Lobrás e, atualmente (2025), pela Montreal Modas. Essa transformação ilustra as constantes mudanças no panorama urbano de Manaus, muitas vezes impulsionadas pelo progresso, mas nem sempre preservando o rico patrimônio histórico.
No centro do cruzamento, chama a atenção a presença de uma cabine de controle de trânsito. Este elemento, embora simples, simboliza o esforço da cidade para modernizar e organizar a crescente movimentação de veículos e pedestres, acompanhando as mudanças de uma Manaus que já se preparava para os desafios do futuro.
A fotografia de 1938 é muito mais do que um registro visual; ela conta histórias sobre uma época em que Manaus vivia uma efervescência cultural e comercial. Ao mesmo tempo, revela as transformações inevitáveis que moldaram o centro da cidade ao longo das décadas. A demolição de edifícios históricos, como o Magazine Adolfina, é um lembrete de como o progresso pode coexistir com a perda de marcos arquitetônicos, reforçando a importância de se preservar a memória da cidade.
Hoje, ao percorrermos a Avenida Eduardo Ribeiro e seus arredores, é essencial relembrar essas histórias e refletir sobre como o passado influencia o presente e como pode orientar o futuro de Manaus.
