Caso Cinthia Magalhães: Um crime brutal que chocou Manaus em 2002

Em 2002, um crime bárbaro abalou Manaus, deixando cicatrizes profundas na cidade e na família da pequena Cinthia Magalhães, uma menina de apenas 9 anos. O caso, que até hoje é pouco documentado na internet, voltou à tona graças ao esforço de jornalistas e familiares que se dedicam a mantê-lo na memória coletiva, reforçando o alerta de que “nunca se deve confiar cegamente nos outros.”
O desaparecimento e a mobilização inicial
Cinthia desapareceu no dia 16 de setembro de 2002, no bairro Mutirão, atualmente chamado Novo Aleixo. Ela vivia com a mãe, Janes Magalhães, o padrasto e um irmão de 2 anos. Naquele dia, enquanto a mãe trabalhava em uma campanha eleitoral, Cinthia ficou em casa cumprindo pequenas tarefas domésticas. Mais tarde, foi à casa da avó, conforme combinado, mas decidiu sair com duas tias para levar um objeto escolar a uma colega.
Cinthia foi vista pela última vez na companhia de José Carlos da Silva Rodrigues Junior, conhecido como “Boca”, cunhado de sua mãe. Testemunhas relataram tê-los visto juntos em ruas próximas ao local onde o corpo da menina seria encontrado dias depois.
A descoberta do crime
Após 16 dias de angústia, o corpo de Cinthia foi encontrado em uma área de mata no bairro, conhecido como buritizal. Meninos que buscavam materiais para soltar pipas avistaram o corpo da criança, submerso em um riacho e em avançado estado de decomposição. A notícia devastou a família e a comunidade.
Janes Magalhães relembrou o momento trágico, lamentando a perda não apenas de sua filha, mas também de fotos e memórias, usadas nas buscas iniciais. “A última mensagem da minha filha, um bilhete deixado na geladeira, foi destruída com o tempo. Queria ter plastificado para guardar como recordação”, desabafou.
Investigações e julgamento
José Carlos foi preso como principal suspeito, mas inicialmente negou envolvimento. Ele permaneceu em regime fechado por dois anos, enquanto outras testemunhas e cúmplices foram identificados. Dois deles, José Maria e Francisco “Pacamon”, confessaram participação no crime, mas acabaram soltos por falta de provas robustas.
O julgamento do caso arrastou-se por anos. Somente em 2013, José Carlos foi condenado a 42 anos de prisão. No entanto, a justiça permitiu que ele cumprisse parte da pena em liberdade, usando tornozeleira eletrônica.
A luta por justiça
O caso permanece como um símbolo de impunidade e negligência. A família de Cinthia luta para manter viva a memória da menina e busca justiça completa para os envolvidos. Para Janes Magalhães, o crime deixou marcas irreparáveis, mas também a motivação para alertar outras famílias sobre os perigos de confiar cegamente em pessoas próximas.
Fica aqui a nossa solidariedade à família da Cinthia Magalhães e o registro pra que esse crime não caia no esquecimento.