Hidroporto da Panair do Brasil em Manaus em 1942

O hidroporto da Panair do Brasil, situado na foz do Igarapé 13 de Maio, no bairro de Educandos, Manaus, foi um marco histórico da aviação comercial brasileira. Em 1942, o local, onde atualmente está a Feira da Panair, abrigava um movimentado ponto de chegada e partida de hidroaviões. Uma das cenas icônicas daquele período é a do hidroavião “Sikorsky S-43B” amerissado ao lado da estação flutuante de passageiros, capturada a partir da margem.

A Inauguração e a Importância do Hidroporto
O Aeroporto Flutuante da Panair do Brasil, localizado no bairro de Educandos, provavelmente foi inaugurado no início dos anos 1940. Embora simples em estrutura, o hidroporto desempenhou um papel crucial no transporte aéreo regional e internacional, sendo considerado um ponto “chic” na época. Ele não era apenas um lugar funcional, mas também um símbolo de modernidade e conexão com o mundo.
Além do hidroporto de Educandos, a Panair mantinha outros pontos de apoio em Manaus, como o hidroporto no Plano Inclinado, hoje chamado de bairro Aparecida, e ao lado do Berço Flutuante do Roadway. Esses locais eram estratégicos para o transporte de passageiros e cargas, além de serem frequentados por visitantes ilustres, como presidentes, políticos, artistas e cientistas.
A Excelência da Panair do Brasil
A Panair do Brasil foi uma companhia que marcou época pela excelência técnica de suas aeronaves e pela qualidade dos serviços oferecidos aos passageiros. Os padrões da companhia eram comparáveis aos das grandes empresas internacionais da época, como a PAN-AM e a Air France. Seus hidroaviões, como o Sikorsky S-43B, eram verdadeiros ícones de tecnologia e confiabilidade, conectando Manaus a diversas localidades do Brasil e do exterior.

O hidroporto em Educandos foi mais do que um terminal; foi um portal de acesso à região amazônica e uma vitrine do que havia de mais avançado na aviação comercial. Por lá, passaram não apenas pessoas, mas também sonhos e inovações que ajudaram a moldar o futuro da aviação no Brasil.
O Fim Trágico da Panair do Brasil
Infelizmente, o legado da Panair do Brasil foi abruptamente interrompido em 1965, em um dos episódios mais controversos da história da aviação nacional. Durante o regime militar, a companhia teve sua concessão cassada de forma repentina pelo Governo Federal. A decisão, amplamente vista como uma represália política, deixou milhares de funcionários sem emprego e marcou o fim de uma das mais respeitadas empresas de aviação do país.
As razões exatas para o fechamento da Panair ainda geram debates. Muitos acreditam que a empresa foi alvo de uma campanha hostil devido ao seu prestígio e à sua qualidade — ou talvez justamente por causa disso. O impacto foi devastador, não apenas para os trabalhadores da companhia, mas também para os milhares de passageiros que confiavam em seus serviços.
Um Legado que Perdura
Apesar do fim trágico, a história da Panair do Brasil e do hidroporto de Educandos permanece viva na memória de Manaus. O local, hoje ocupado pela Feira da Panair, ainda guarda as lembranças de um tempo em que a cidade era um ponto de conexão com o mundo, graças à coragem e à inovação de uma companhia que ousou sonhar alto.
O hidroporto da Panair foi mais do que um terminal; foi um símbolo de progresso e de um Brasil que buscava se integrar e competir em igualdade com as potências mundiais. A história desse lugar é um lembrete de como a aviação pode transformar regiões e criar pontes entre culturas.
Hoje, ao passar pela Feira da Panair, vale a pena refletir sobre o passado glorioso que aquele espaço representou. Mais do que um ponto comercial, ele é um marco histórico que merece ser lembrado e valorizado pelas futuras gerações.